Alimentação e Autismo: Como Lidar com Seletividade Alimentar e Melhorar a Nutrição
A seletividade alimentar é um desafio comum entre crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Muitos pais e cuidadores enfrentam dificuldades ao tentar introduzir novos alimentos e garantir uma nutrição adequada.
Roberta Marchel
2/5/20253 min read


Nutrição
Introdução
A seletividade alimentar é um desafio comum entre crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Muitos pais e cuidadores enfrentam dificuldades ao tentar introduzir novos alimentos e garantir uma nutrição adequada. Este artigo explora as causas da seletividade alimentar, estratégias eficazes para ampliar a variedade de alimentos consumidos e formas de garantir que a criança receba os nutrientes essenciais para seu desenvolvimento.
1. O que é a Seletividade Alimentar?
Seletividade alimentar refere-se à recusa persistente de certos alimentos ou grupos alimentares, bem como à preferência por um número limitado de alimentos. Em crianças com TEA, esse comportamento pode ser exacerbado por fatores sensoriais, dificuldades de comunicação e rigidez nas preferências alimentares.
Principais características da seletividade alimentar:
Recusa de alimentos com certas texturas, cores ou cheiros.
Preferência por alimentos processados ou com padrões específicos (exemplo: apenas alimentos redondos ou crocantes).
Resistência extrema à introdução de novos alimentos.
Dependência de rotinas alimentares fixas.
2. Fatores que Influenciam a Seletividade Alimentar
2.1. Sensibilidade Sensorial
Muitas crianças autistas têm hipersensibilidade ou hipossensibilidade a texturas, cheiros e sabores. Isso pode tornar algumas experiências alimentares desagradáveis ou desconfortáveis.
2.2. Dificuldades de Mastigação e Deglutição
Problemas motores podem dificultar a mastigação e a deglutição, tornando certos alimentos impossíveis de serem consumidos pela criança.
2.3. Rigidez Comportamental
A resistência à mudança é um traço comum no TEA. Isso pode se manifestar na alimentação, onde a criança prefere comer apenas os alimentos que já conhece e aceita.
2.4. Reforço Involuntário
Os pais podem, sem perceber, reforçar a seletividade ao oferecer apenas os alimentos aceitos para evitar conflitos ou crises.
3. Como Ampliar a Variedade Alimentar
3.1. Introdução Gradual de Novos Alimentos
Apresente novos alimentos junto com os que a criança já aceita.
Permita que a criança explore o alimento antes de comê-lo (tocar, cheirar, lamber).
Introduza novos alimentos em pequenas quantidades e aumente progressivamente.
3.2. Tornar a Alimentação Divertida
Transforme a refeição em um momento positivo.
Use pratos coloridos, formatos divertidos e apresente os alimentos de forma criativa.
Envolva a criança no preparo dos alimentos.
3.3. Respeitar o Ritmo da Criança
Evite pressão para que a criança coma.
Dê tempo para que ela se acostume com novas opções.
Mantenha a calma e a paciência.
3.4. Ajustar a Textura dos Alimentos
Se a criança tem aversão a determinados alimentos por conta da textura, tente prepará-los de maneira diferente (purês, assados, cozidos, crocantes).
3.5. Reforço Positivo
Use elogios e incentivos para reforçar tentativas de experimentar novos alimentos.
Crie um sistema de recompensas, como adesivos ou pequenos prêmios.
4. Nutrição e Suplementação
Quando a criança tem uma dieta muito restrita, pode haver risco de deficiências nutricionais. Algumas estratégias para garantir uma boa nutrição incluem:
4.1. Oferecer Alternativas Nutritivas
Se a criança não aceita vegetais, tente escondê-los em preparos como sopas, molhos e sucos.
Introduza alimentos ricos em proteína em formas mais aceitas (exemplo: hambúrguer caseiro em vez de carne grelhada).
4.2. Consultar um Nutricionista
Um profissional pode ajudar a criar um plano alimentar adaptado às preferências e necessidades da criança.
Em alguns casos, a suplementação vitamínica pode ser necessária.
4.3. Hidratação Adequada
Muitas crianças autistas têm dificuldade em reconhecer sinais de sede.
Ofereça líquidos regularmente, preferencialmente água, para evitar desidratação.
5. Dicas Práticas para o Dia a Dia
Estabeleça um horário fixo para as refeições.
Evite distrações, como TV e celulares, durante as refeições.
Tenha paciência e celebre pequenos avanços.
Busque suporte de profissionais especializados, como terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos, caso a criança tenha dificuldades motoras ou sensoriais relacionadas à alimentação.
Conclusão
A seletividade alimentar em crianças com autismo pode ser um desafio, mas com estratégias adequadas, paciência e suporte, é possível ampliar a variedade alimentar e melhorar a nutrição. Cada criança tem seu ritmo e necessidades específicas, e a chave para o sucesso está em respeitar suas preferências enquanto se busca uma alimentação mais equilibrada. Se este artigo foi útil, compartilhe para ajudar outras famílias que enfrentam desafios semelhantes!
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